Você provavelmente já sabe que o dia a dia de um empreendedor é bem corrido e, muitas vezes, o tempo é escasso. Precisamos dividir nossas atividades da semana entre reuniões e tarefas, buscar desenvolvimento, e fora o que não colocamos no âmbito profissional, como a família, os amigos e a necessidade de cuidarmos de nós mesmos.
Com todos esses afazeres, muitas vezes esquecemos que a nossa maior realização enquanto líderes é a de fazer através das pessoas, do nosso time, e não através de nós mesmos.
Nossa equipe, com certeza, é composta de pessoas que possuem suas aspirações, se motivam com estímulos distintos e que possuem padrões de comportamentos bem diferentes entre si.
Num mundo cada vez mais complexo, dinâmico e competitivo, o antigo padrão “comando-controle” que reinava nas empresas, perde cada vez mais espaço. Isso, porque percebemos que o futuro é incerto, as variáveis mudam com muita velocidade, e uma pessoa só – o líder – não consegue ter mais domínio dos resultados (antes, achávamos que sim). O Covid-19 e suas consequências deixaram isso bem claro pra todos nós! Nessa lógica do controle, não há muito espaço para a diversidade, a individualidade e para a autonomia.
Nesse contexto, nós, líderes, que antes nos preocupávamos em saber de todos os e-mails, em aprovar todas as solicitações e iniciativas, nos vemos lentos, com poucas entregas e com uma equipe desmotivada… e infelizes!
Sabemos que para mudar essa lógica, um trabalho de revisão da cultura precisa ser feito. Olhar para dentro, ou seja, nas atitudes que são valorizadas na empresa, nas atitudes da própria liderança e dos sócios do negócio, repensar o jeito de fazer as coisas, faz-se urgente. Uma vez que existe essa abertura para a mudança, tudo fica mais fácil.
Considerando que você está aberto a mudar o seu padrão de ação e quer experimentar ser um novo líder, recomendo com R maiúsculo e com negrito, uma prática que é conhecida como one on one (1:1).
Já vi algumas formatações diferentes do one on one e atualmente, utilizamos ela amplamente aqui no Grupo Larch, treinamos e implantamos nos nossos clientes.
Na minha opinião, essa é a melhor prática de liderança que existe.
O One on one é um encontro entre líder e liderado que tem a intenção de gerar conexão, ou seja, de aproximar duas pessoas. É um espaço em que é possível falar da vida pessoal, das aspirações profissionais, das dificuldades do dia a dia, e do que for preciso.
O mais importante é que líder e liderado criem um vínculo, podendo confiar um no outro e se ajudar mutuamente nos desafios diários.
Para que isso ocorra, o líder precisa treinar a escuta, e fazer perguntas torna-se essencial nesse momento. O líder de “respondedor” se transforma em “perguntador”.
Outro grande objetivo do one on one, além de gerar confiança e conexão, é possibilitar maior alinhamento de expectativas. Quanto maior a periodicidade dos encontros, melhor. Nos nossos treinamentos, sempre recomendo a seguinte periodicidade mínima:
Entendo que esses encontros devem ocorrer ao menos mensalmente para que os alinhamentos ocorram e a conexão se mantenha. Quanto maior dificuldade o colaborador tem de entregar resultados e se adequar ao estilo da empresa, maior deve ser a presença do líder e a periodicidade dos encontros. Nesse caso, no mínimo semanal.
Quanto maior a periodicidade, mais oportunidades você terá de expor o que espera do seu colaborador. Quais atitudes você gostaria que ele apresentasse e se algum ajuste precisa ser feito. Qual é a direção da empresa e o papel de cada um nisso. Em um cenário de independência e autonomia, o alinhamento se torna um fator chave para o bom desempenho.
É claro que tudo vai depender do tamanho do seu time. Se você lidera muitas pessoas diretamente, talvez esteja na hora de refletir se essa é a melhor estrutura para o seu negócio nessa nova lógica. A centralização precisa dar lugar à delegação, e para isso, pode ser necessário ter outros líderes além de você.
Muitas pessoas me pedem uma estrutura para esses encontros. Sobre o que falar, o que perguntar…
Eu, pessoalmente, não sigo nenhuma estrutura para os encontros com meu time. Tudo vai depender do momento, da dificuldade enfrentada e dos resultados desejados.
Apesar disso, uma estrutura pode favorecer aqueles que estão começando e que ficam um pouco perdidos em como levar esse momento.
Recomendo então, que alguns temas sejam tratados:
Quando os encontros são semanais, é possível explorar mais o momento, saber se o colaborador está feliz com o que faz, aprofundar mais nos problemas vivenciados e ajudar mais nas soluções individuais.
A grande postura do líder nesses encontros é buscar ajudar, apoiar e orientar o colaborador para que os obstáculos sejam removidos e superados. O líder precisa ser visto como uma pessoa que irá ajudar, que irá criar um clima de confiança para que o colaborador possa exercer a independência tão esperada e entregar os resultados desejados.
Agora que pude falar um pouco sobre essa ferramenta, o que você acha de colocar em prática e testar? É com a prática constante que esse vínculo irá se firmar e você poderá colher os frutos dessa aproximação.