Há algum tempo, falamos sobre diferença entre Soft Skills (Competências Comportamentais) e Hard Skills (Competências Técnicas). Uma das Competências Comportamentais levantada foi a Comunicação, e um tema que tem sido abordado muito frequentemente é a Comunicação Assertiva.
Mas, dentro de tantas informações que temos hoje sobre o tema, o que é de fato saber se comunicar? Será que podemos afirmar que é a capacidade de falar o que se deseja de forma clara e objetiva? Que é a habilidade de estar no palco falando para várias pessoas? Ou seria aquela a pessoa consegue vender o intangível através dessa habilidade?
Talvez, a habilidade de se comunicar tenha sim relação com esses exemplos, mas, hoje vemos que o seu nível de complexidade extrapola esses contextos que abordamos.
Podemos dizer que ter uma Comunicação Assertiva é a capacidade de comunicarmos de forma clara e objetiva; de identificar o momento ideal para a comunicação da mensagem, identificando a forma com que o nosso receptor/ouvinte gostaria de receber essa informação; é a capacidade de ter escuta ativa; é entender que se comunicar não está apenas no campo verbal mas no campo da linguagem corporal também e que nós já estamos nos comunicamos antes mesmo de começarmos a falar!
Uma comunicação clara e objetiva diz muito sobre a capacidade de verbalizar aquilo que precisa ou deseja ser falado, de forma com que o ouvinte entenda de primeira e rapidamente a mensagem que você quer transmitir. Muitas vezes o excesso de rodeios na comunicação pode transparecer uma insegurança no que está sendo dito, uma falta de organização mental e de um planejamento prévio para essa conversa.
E justamente por isso, a importância de, cada vez mais, pensarmos em como o nosso ouvinte gostaria de receber determinadas informações, e assim, nos adaptarmos e prepararmos para esse momento.
Hoje, já é conhecido que cada pessoa tem uma forma de aprender e de captar uma mensagem. Pessoas que aprendem pelo visual, pela escuta e aquelas que são cinestésicas – alguém que utiliza muito o tato, focando sempre em situações práticas.
Dentro do campo da aprendizagem através do visual temos aquelas pessoas que têm memória fotográfica e “gravam” os elementos mentalmente com mais facilidade quando eles são organizados de forma visual. Nesse caso, uma boa apresentação de slides, mapas mentais, vídeos ilustrativos podem ser mais úteis que do que relatórios extensos e manuais, por exemplo.
Se você entende que esse é o modelo do seu ouvinte tente substituir, na sua apresentação, textos extensos por imagens e vídeos que possam representar a mensagem que você deseja transmitir.
A melhor maneira de ter a atenção quando o nosso ouvinte aprende pelo auditivo é através de discussões, explanações, palestras e bate-papos em grupo. Para ele, o simples fato de ouvir alguém falando é suficiente para prender a sua atenção e querer discutir, perguntar e até explicar o que ouviu. Porém, para prender a sua atenção e compreensão, é importante lembrarmos de variar o nosso tom de voz principalmente quando desejamos ressaltar um ponto ou um assunto em específico para manter a escuta interessante e constante.
Já os cinestésicos, tendem a ser aquelas pessoas que ficam inquietas enquanto você tenta explanar uma ideia durante uma reunião ou em uma palestra longa. Isso acontece porque nesses casos o ouvinte não consegue compreender o que está sendo falado pelo visual e auditivo. Para eles, é necessário que eles se envolvam no assunto ou levem pra ação para que o que está sendo dito fique registrado. São pessoas que aprendem através da experiência!
A partir disso, é importante trazermos a nossa comunicação atrelada a um desafio prático, uma dinâmica ou uma situação vivenciada no ambiente de trabalho para que o ouvinte consiga relacionar a sua experiência com o conteúdo que foi comunicado.
O mais importante nesse tópico é termos clareza de que o nosso ouvinte sempre terá formas diferentes de compreender o que está sendo comunicado e, por esse motivo, é necessário buscar identificar esse formato para que ao apresentarmos o nosso conteúdo ele seja interessante, de fácil compreensão e faça sentido para aquela pessoa que o ouve.
Quem nunca entrou em uma discussão e na primeira fala da pessoa já começou a pensar no que iria responder? Acredito que a maioria das pessoas tem essa tendência natural de focar no que irá responder e nos argumentos que pode apresentar para ganhar uma discussão ou se fazer claro para a outra pessoa.
Porém, muitas vezes, com essa ânsia de responder, perdermos o hábito de conseguir simplesmente escutar o que está sendo dito 100% presente ali. E é a esse processo que chamamos de Escuta Ativa.
Escuta Ativa é a capacidade de ouvir atentamente e com presença o que o outro tem a falar. Sem pensar na sua resposta e, principalmente, sem interromper.
O fato principal é porque, muitas vezes, julgamos saber o que a pessoa irá falar, mas de fato, não sabemos! E em cima do que julgamos, criamos imediatamente uma resposta ou uma argumentação baseada naquela primeira e única frase que de fato escutamos. E a chance de não conseguirmos ter uma Comunicação Assertiva nesses casos é gritante. Porque nos desconectamos da pessoa principal ali, o nosso ouvinte!
Portanto, o maior ganho que desenvolver a Escuta Ativa traz para nós é a capacidade de trazermos respostas e argumentos que, de fato, estejam conectados com o que foi dito do início ao fim. Podemos até dizer que, escutar ativamente o que o outro tem a nos dizer é ser estratégico pois assim traremos respostas assertivas e cirúrgicas para a discussão.
Como falamos no início, a nossa comunicação começa muito antes de falarmos qualquer coisa. Isso porque o nosso corpo também fala por nós! Ele fala na forma com que andamos, na postura corporal que temos, onde escolhemos colocar nossas mãos quando iremos falar, se matemos contato visual com o nosso ouvinte e nas caras e bocas que fazemos quando ouvimos uma resposta que não esperávamos desse ouvinte.
Portanto, é importante termos a capacidade de olharmos para o que estamos comunicando na esfera não verbal e, além disso, analisarmos se essa forma tende a atrapalhar ou contribuir para o que desejamos comunicar.
Ter uma comunicação assertiva é passar ter a habilidade de transmitir uma mensagem, verbal e não verbal, consoante com o que verdadeiramente desejamos, sem que uma atrapalhe a outra.