A área de gestão de pessoas vem ganhando cada vez mais destaque nas empresas, afinal, elas são os recursos mais valiosos das organizações. E apesar da área de Recursos Humanos ser relativamente nova, sua busca por evolução é constante, muito pelo fato de que as empresas reconhecem a importância desses profissionais e sua contribuição para o crescimento e desenvolvimento da organização.
Quando é permitida a participação ativa desse setor, as mudanças promovidas são refletidas em todos os departamentos. Com isso, o setor de pessoas viu a necessidade de se posicionar, ganhar espaço e contribuir ativamente para todas as decisões internas das empresas.
Por esse motivo, um cargo tem ganhado visibilidade e crescido aos olhos das grandes corporações, o Business Partner.
Também conhecido como BP ou parceiro do negócio, essas pessoas conseguem estar em uma posição estratégica para promover a aceitação da área de RH dentro da empresa com objetivo claro de oferecer ferramentas que ajudem na tomada de decisões.
Criado por David Ulrich, no livro Human Resource Champions, na década de 1980. A ideia era que esse profissional promovesse o alinhamento estratégico entre a área de pessoas e os negócios da empresa, que preenchessem o gap que existia entre a operação e o RH setorizado.
No livro, Ulrich pontua as dificuldades enfrentadas pelos líderes que não possuem conhecimento em ferramentas de gestão e muitas vezes não se reconhecem como os responsáveis pelo desenvolvimento de pessoas, assim como as dificuldades enfrentadas pelo RH setorizado em compreender algumas necessidades dos gestores. Desse princípio é que surge a proposta de um profissional mais generalista.
E para que isso aconteça, o BP deve estar totalmente inteirado sobre os assuntos do negócio, conhecer o público-alvo e os objetivos da empresa.
Na empresa, o papel do BP é munir os outros colaboradores com ferramentas e práticas que internalizem o propósito da cultura organizacional, contribuindo para que essa se torne algo natural para todos.
Em relação aos líderes, ele deve utilizar formas que os conscientizem sobre o papel de gestores de pessoas, onde todos compreendam a importância do seu papel para desenvolver os liderados e mostrar para estes o caminho que deve ser trilhado para atingir os objetivos da organização, entendendo a sua importância nessa engrenagem, fazendo com que as necessidades de ambos sejam atendidas, formando um fluxo de trabalho colaborativo.
Com conhecimento em todos os subsistemas do RH e com um perfil mais generalista de atuação, o Business Partner é capaz de promover a valorização do capital humano frente aos desafios enfrentados pelas organizações, sem perder o foco no objetivo do negócio.
O BP precisa saber alinhar sua estratégia de atuação e prática de gestão com as estratégias de negócios. Para isso, ele deve conhecer o negócio e as necessidades do cliente interno e externo. Esse processo precisa ser feito com o trabalho de campo, todo esse processo vai agregar valor ao seu trabalho na organização.
Também é importante que os gestores contribuam para a inserção do BP nos assuntos e decisões da empresa, pois ele possui a capacidade de influência para mudar esse cenário, tendo opiniões embasadas em números, indicadores da área e do negócio.
Parte das funções de um BP é apresentar estratégias para a melhoria da comunicação, motivar a gerar engajamento nos colaboradores, além de ajudar a empresa e se tornar inovadora dentro da sua estratégia de negócio.
Todo esse trabalho impacta diretamente na cultura organizacional e no perfil de liderança esperado pela organização. Com isso, fica claro que o Business Partner é o especialista do capital humano, através dos seus conhecimentos de gestão de pessoas e o pensamento sistêmico, utilizados para melhorar todos os aspectos na evolução do negócio.
Com essas funções, ele precisa ser um mediador e mantenedor da cultura organizacional, que proteja os valores com os funcionários e mostre para esles a importância do seu papel dentro da empresa.
O Business Partner também prepara os líderes para atuar diretamente na gestão de pessoas. Ao trabalhar com uma visão macro da empresa, ele se torna “um guardião” da cultura e do clima organizacional.
Uma boa maneira de fazer isso é analisando a estrutura da organização, como as pessoas vivenciam a organização e desenvolvem suas funções alinhadas a um propósito que seja motivador e torne seus colaboradores produtivos em ambientes favoráveis durante a execução dos trabalhos, tendo, assim, o posicionador estratégico na gestão de pessoas e do negócio.
O BP precisa ter uma visão holística e “olhar do topo” para reconhecer as necessidades da empresa. Existem algumas ferramentas que o permitem identificar em qual nível os colaboradores se encontram e, com isso, poder oferecer apoio para o desenvolvimento.
Com essas ações, o objetivo é descobrir com que tipo de empresa os talentos se sentem atraídos e, dessa forma, propor mudanças necessárias e atingir esse patamar. Além disso, identificar quais líderes possuem mais destaque na organização e estabelecer um perfil que se aproxime a este, para recrutar e desenvolver na empresa através de treinamentos e acompanhamentos.
Ele também precisa ter domínio sobre as métricas da área e da atuação da organização, para saber exatamente que tipo de trabalho pode ser feito para adequar ao que se espera. Não existe uma fórmula mágica, é necessário conhecer muito bem o negócio e entender a sua estratégia para alinhar as necessidades.
Ao traçar uma jornada que defina a entrada de um BP na empresa e trabalho de desenvolvimento em uma organização, é possível definir toda a estratégia do negócio e, assim, sua atuação será influenciar a liderança-chave e apresentar, com estratégias, quais devem ser os resultados e entregas, e depois, oferecer feedbacks que promovam mudanças e inovações, sempre que necessário, calibrando as expectativas da organização com o resultado entregue.
O grande diferencial de ter um Business Partner na equipe é ter um profissional completo que vai promover os resultados e que garanta a internalização de todos os processos e da importância de cada membro da organização para se atingir os resultados.