Há mais de 20 anos especialistas têm abordado e discutido temas relacionados ao ESG (Environmental, social and governance, falaremos mais adiante), mas, nos últimos 5 anos essa discussão tem tomado uma proporção gigantesca. Públicos de diversas frentes têm visto a necessidade de abordar e aprofundar o tema em questão. Mas afinal, o que esta sigla significa?
ESG é uma sigla em inglês que possui uma filosofia que busca imputar critérios ambientais, sociais e de governança corporativa nas avaliações e decisões das empresas.
No Brasil o assunto tem ganhado cada vez mais força, principalmente após os últimos incidentes ambientais ocorridos em Mariana e Brumadinho. Um forte olhar para as mudanças climáticas e a contribuição da população neste cenário, além da participação da sociedade em amenizar ou acelerar estas transformações.
Em 2020 o cenário pandêmico, acelerou significativamente o interesse geral em ESG, contribuindo para evolução do capitalismo de shareholder para o capitalismo stakeholders, onde fica mais enfático que, gerar valor para mais gente eleva a condição das organizações de transpor crises como a pandemia, reforçando que a interdependência é um dos pontos fortes da ESG, onde o que acontece com a empresa ao lado, pode sim, me afetar.
É notório que a relação empresa – colaborador tem passado por grandes e relevantes transformações, cada vez mais fica claro que as pessoas têm buscado mais que um salário, uma fonte de renda ao término de um período, as avaliações ocorrem não somente por parte dos recrutadores, mas, candidatos buscam empresas que, além de possuir fortes relações com o seu propósito, buscam empresas que cuidam melhor do seu entorno gerando mais resultados e transformações para sociedade como um todo.
Parece simples, mas não é!
Justamente por tratar da criação de uma cultura, voltada para o treino do olhar e agir, internamente em prol do externo. E a área de Gestão de Pessoas, tem um papel primordial, para que o percurso nesta jornada, seja sólido e consistente, pois, possui características:
Influenciador: integrando a ótica ESG sua importância e ganhos mútuos nas reuniões da empresa, propiciando uma maior adesão do público interno em prol das ações externas. Mas fato é, o que é determinado pela alta liderança, tem mais chances de ser realizado e são estes os primeiros a serem influenciados na adesão, com propostas concretas, embasadas, suportadas por dados e resultados esperados. Com esta estrutura, o acelerar a adaptação ao ESG também é realizar movimentos de baixo para cima e lateralmente;
Analisador: Criando comitês internos, com profissionais que possuem uma maior propensão à causa. E nesta etapa os millennials (nascidos de 1980 até o fim dos anos 2000), possui uma receptividade maior ao tema, mas são os da geração Z (de 1995 para cá) que serão os grandes aliados, tendo um forte valor em questões de sustentabilidade sendo protagonistas no processo. Ter profissionais, fornecedores e clientes nesta faixa etária é particularmente importante para o sucesso da implantação da cultura ESG, pois, são pessoas que transitam por diversas comunidades, levando a informação e garantindo a conversa horizontal necessária ao ESG.
Integrador: O RH precisa comunicar para sociedade o valor que a cultura ESG possui e o que ela tem realizado em prol do ambiental, social e as práticas de governança que refletem no todo, o quanto sua atuação contribui para a evolução do tema no mercado, o quanto a visão e estratégia de atuação são alinhadas e coerentes, e principalmente o quanto a ótica ESG faz parte das decisões tomadas pela empresa é envolver a comunidade nas discussões com a empresa, na realização de uma sociedade mais sustentável, solidária e ética.