Vicente Falconi, uma das maiores referências em gestão empresarial no Brasil, diz que “quem não mede, não gerencia”. O consultor defende a gestão baseada em dados e fatos, para que a tomada de decisão aconteça de forma científica. Para viabilizar esse modelo de gestão, os OKRs e KPIs tornam-se grandes aliados. Mas afinal, qual a diferença entre as duas metodologias e como optar por uma delas?
A metodologia foi criada na década de 70 pelo então presidente da Intel, Andy Grove. Vinda do inglês, OKR é a sigla para Objective and Key Results, cuja tradução é Objetivos e Resultados-chave. O intuito da metodologia é elucidar, de forma simples e inspiracional, os objetivos organizacionais, a fim de alinhar internamente a estratégia da empresa.
Um OKR é composto por um objetivo, que pode ser amplo e qualitativo e deve ser escrito de forma a motivar os colaboradores, e os seus resultados-chave, métricas que mostram se o objetivo foi cumprido ou não. Dessa maneira, a ferramenta aponta se obtivemos sucesso nos objetivos traçados.
Também do inglês, a sigla vem da expressão Key Performance Indicator que, em português, significa Indicador-chave de Performance. Assim como os OKRs, os KPIs também são indicadores avaliadores de performance, mas com o objetivo de controlar o processo.
O KPI auxilia na análise de desempenho de processos internos, sejam eles projetos, ações focadas ou uma área. Eles são indicadores quantitativos e mensuráveis.
Para torná-los ainda mais palpáveis, é comum associar os KPIs à metodologia SMART, uma ferramenta que apresenta cinco definições importantes para os indicadores:
Analisando superficialmente, as ferramentas podem ser confundidas, já que ambas ressaltam a importância dos objetivos organizacionais serem medidos através de indicadores. Porém, a diferença entre elas se dá na forma de aplicá-las.
No OKR, os objetivos mostram onde a empresa quer chegar, enquanto os resultados-chave dizem quais são as etapas necessárias para chegar lá. De forma complementar, os KPIs mostram se essas etapas estão sendo realizadas.
Por exemplo, tem-se o seguinte OKR:
Objetivo: Ter um processo comercial cada vez mais eficiente
KR 1: Aumentar o número de negócios fechados em 5%
KR 2: Reduzir o tempo de negociação de contratos
Para complementar os resultados-chave, os KPIs diriam o caminho para alcançar esses resultados:
Dentro do KR 1:
KPI 1: Aumentar o alcance do site em 10%
KPI 2: Ter 100 novos leads qualificados por mês
KPI 3: Apresentar 15 propostas por mês
Antes de determinar aonde deseja-se chegar, é preciso analisar o caminho percorrido até a situação atual. Levante indicadores primários, como faturamento, média de despesas, número de leads, desempenho digital. Tente desdobrar esses indicadores em métricas como ticket médio, margem de contribuição, fontes de clientes e custo por lead. Por fim, desdobre esses números em análises históricas, taxas de crescimento, analise quais estratégias adotadas levaram até esses números.
Conhecendo o passado, tente pensar qual é o próximo degrau a ser conquistado. A partir dessa análise, os objetivos surgirão. Sabendo onde quer chegar, desenhe como chegar até lá.
Algumas diretrizes podem alavancar o resultado dos indicadores:
Agora que a diferença entre as metodologias está mais clara, que tal dar mais um salto na gestão empresarial?